Quão longe precisamos ir para sermos reconhecidos?

Essa contradição, tão comum quanto desconfortável, é o ponto de partida da exposição Lorneta.

Inspirada na célebre afirmação de Pierre Bourdieu, referida por Clóvis de Barros Filho — “Os circuitos de consagração social serão mais eficazes quanto maior a distância social do objeto consagrado” —, esta curadoria assume uma postura crítica: por que valorizamos mais o que é consagrado longe de nós? O que há de tão enraizado em nossas estruturas de reconhecimento que exige, antes, o aval do “lá fora”?

Lorneta (do polonês lornetka, sinônimo de luneta) é mais do que um nome — é metáfora. Uma lente que aproxima o que já foi observado de longe, mas que, agora, exige nitidez local. É também uma referência à herança imigrante do Paraná, estado de onde vêm os artistas reunidos nesta mostra.
Cada obra aqui apresentada não é apenas um exercício estético, mas um convite ao deslocamento de olhar.

Os artistas escolhidos carregam trajetórias sólidas e reconhecidas internacionalmente, com exposições, publicações, prêmios e colaborações que ultrapassam fronteiras — da arte contemporânea ao design, da arquitetura à luz, da moda ao desenho.

Esta exposição propõe, portanto, uma inversão: trazer à cena paranaense aquilo que o mundo já consagrou, e questionar as estruturas que definem o que é (ou não) digno de atenção.

Convido você a olhar — ou melhor, a mirar com atenção e presença — por essa lorneta simbólica que revela o que sempre esteve por perto.

Adriano Tadeu Barbosa
@adrianotadeubarbosa

apresenta a exposição coletiva

Artistas convidados

Claudio Alvarez | Doria Manoel | Manu Daher |
Marcel Fernandes | Marcos Bertoldi |
Marina Moreira | Rafael Chaouiche |
Regina Bruni | Verônica Filipak

Expografia


Karolinna Venturi

Agradecimentos

ODA Design
@odadesignbr

OSLO Design
@oslo_design

30/07 e 01/08

a partir das 18h30 na Casa L'Espace

Espaço Interativo
@espacointerativo.smarthome

Lemca Iluminação
@lemcailuminacao

Artistas

Claudio Alvarez
Artista e pesquisador do movimento e da percepção, cria obras que desafiam o olhar com jogos ópticos, espelhos e dinâmicas visuais. Suas instalações propõem um diálogo entre ilusão e análise, ativando fascínio e raciocínio no espectador.
Doria Manoel
Arquiteto e artista visual, desenvolve trabalhos que exploram a linearidade como linguagem essencial. Com traço intuitivo e gestual, conecta corpo, cidade e abstração, em uma prática que une arquitetura, desenho e escuta visual do tempo.
Manu Daher
Criadora do projeto Flores, une botânica, performance e arte visual para propor experiências sensoriais e poéticas. Suas intervenções florais já estiveram em ações culturais, exposições e editoriais no Brasil e no exterior.
Marcel Fernandes
Artista visual e ceramista, vive e trabalha em Antonina–PR, onde fundou o Studio Marcel Fernandes. Desenvolve peças que cruzam memória, território e linguagem sensível da argila, em diálogo com a arquitetura, a natureza e o silêncio da matéria.
Marcos Bertoldi
Arquiteto com atuação nacional e internacional, reconhecido por integrar arte, técnica e linguagem contemporânea em projetos que dialogam com a paisagem. Seus trabalhos já foram premiados e publicados fora do Brasil, mesmo mantendo sua base no Paraná.
Marina Moreira
Arquiteta, artista e designer, cria mobiliários autorais que mesclam estética, funcionalidade e memória. Inspirada por vivências entre a música e o ofício da madeira, suas peças refletem sensibilidade, experimentação e raízes industriais familiares.
Rafael Chaouiche

Estilista paranaense de projeção nacional e internacional, conhecido por suas criações performáticas e ousadas. Foi finalista do Programa Making the Cut, da Amazon Prime, e é reconhecido por vestir artistas e exportar suas peças para vários países, levando a estética do sul do Brasil ao cenário contemporâneo da arte e da moda.

Regina Bruni

Lighting designer com mais de quatro décadas de atuação, é referência internacional em projetos de luz arquitetônica e artística. Já colaborou com centenas de obras no Brasil e no mundo, levando a iluminação paranaense a palcos globais.

Verônica Filipak

Artista visual que investiga o têxtil como linguagem expandida, unindo bordado, pintura e design. Em seu trabalho, Verônica discute a estética através de campos de cor produzidos pela linha e pelo tecido. Já participou de bienais e trienais internacionais, com obras em coleções privadas no Brasil e no exterior. Cor, processo e transformação definem seu fazer.

Curadoria e expografia

Karolinna Venturi

Karolinna Venturi é responsável pela expografia desta exposição e desenvolve uma linguagem estética autêntica que transcende o funcional e mergulha no simbólico. Com pós-graduações na área e uma trajetória marcada por viagens, experiências sensoriais e premiações, transforma cada projeto em uma narrativa visual única.

Adriano Tadeu Barbosa

Curador desta exposição, Adriano se especializa visitando os principais eventos de arquitetura do Brasil e semanas de design do mundo, como Londres, Madrid, Estocolmo, Nova York e Milão, de onde se alimenta com referências que compartilha em suas palestras, redes sociais e colunas - nacional, falando sobre Tendências na TOPVIEW, e internacional, para a Architectural Digest México LATAM.